Não é falta de tempo. É medo de te mostrares.
E isso pode estar a travar o crescimento da tua marca.
Durante muito tempo, achei que visibilidade era o objetivo.
Estar em todas as plataformas. Publicar todos os dias. Dizer coisas inteligentes. Dizê-las de novo. Mais alto.
Mas visibilidade sem clareza é ruído. E, pior ainda, desgasta. Desgasta quem vê — mas, sobretudo, quem cria.
A verdade? A maioria das empreendedoras não bloqueia por falta de ideias ou de tempo. Bloqueia porque tem medo de se mostrar de verdade.
Medo de escolher uma mensagem clara e comprometer-se com ela.
Medo de ser lida, interpretada, julgada.
Medo de dizer “é isto que eu defendo” e ouvir o eco de quem não concorda.
E então andamos a saltar de tema em tema, de canal em canal, a tentar estar em todo o lado — sem realmente estar em lado nenhum.
Porque no fundo, ninguém gosta de pessoas mornas.
Fazes muito. Mas estás a fazer bem?
Hoje quero desafiar-te a parar de correr. E a começar a decidir com intenção.
Porque quando dizemos que “não temos tempo”, muitas vezes o que estamos a dizer é: não sabemos o que realmente merece o nosso tempo.
É aqui que entra o mapeamento entre oportunidade de marketing e esforço/investimento.
Nem tudo o que dá retorno rápido constrói valor a longo prazo.
E nem tudo o que exige mais esforço é difícil — muitas vezes, só pede coragem.
A maior parte das empreendedoras começa com atividades de baixo esforço e retorno rápido — anúncios, posts, reels. E isso está certo, porque validam, geram resultados e constroem confiança.
Mas os negócios que escalam não são os que fazem mais. São os que vão mais fundo.
Crescer não é fazer mais. É ir mais fundo.
No meu caso, sou muitas vezes duas Helenas.
A Helena do Marketing, do Social Media e da Gestão de Comunidades — criativa, analítica, ligada ao ROI e à construção de relações genuínas.
E a Helena dos Processos — estratégica, obcecada com fluxos de trabalho, sistemas e eficiência.
Durante muito tempo, tentei esconder essa dualidade. Achava que tinha de ser uma coisa só, clara, direta, “encaixável”. Mas foi quando abracei esta complexidade que tudo mudou.
Hoje, essa visão dupla é o que me permite ver os problemas de forma mais completa — e encontrar soluções com mais impacto.
É o yin-yang que alimenta o meu trabalho.
De um lado, o blog communitymanager.pt, onde ainda hoje partilho conteúdos e tendências com a comunidade de social media.
Do outro, o Marketing em Escala — o projeto que representa a minha evolução, da social media manager a diretora de agência, e depois, à chief revenue officer.
E pelo caminho, nasceu também o livecast Para Lá do Marketing. Porque sim, podemos ser muitas coisas — mas só quando temos clareza sobre o que queremos ser conhecidos por construir.
É aqui que entra o meu football boot — aquela peça que evolui comigo, mas que nunca abandono.
A PUMA lançou a chuteira King em 1968 e, mais de 50 anos depois, continua a reinventá-la. Não porque precise de estar na moda, mas porque sabe o que representa.
E tu? Qual é a tua chuteira? Qual é a ideia que sustenta o teu crescimento — aquela que não vais deixar cair, mas sim aprofundar, fortalecer e tornar inconfundível?
Tu não precisas de fazer tudo. Mas precisas de aparecer com intenção.
Não estás bloqueada por falta de tempo.
Estás a adiar por medo de te comprometer com uma mensagem.
E é por isso que hoje te deixo um desafio.
Exercício prático: Encontra o teu foco. E mostra-te.
O que é que te move de verdade neste momento? (Não o que “deves” dizer. O que te interessa mesmo.)
Se só pudesses falar de uma coisa nos próximos 3 meses, o que seria?
Qual é a mensagem que tens evitado dizer, mas que sabes que pode transformar quem te ouve?
Em que canal sentes mais energia criativa — e podes comprometer-te a aparecer com consistência?
E por fim:
Como é que podes mostrar-te de forma mais corajosa esta semana?
Porque é aí que tudo começa.
Não quando fazes mais. Mas quando escolhes ir mais fundo.
Até já,
Helena