O teu propósito não precisa de ser épico
E se em vez de encontrares “o teu porquê”, começasses a viver com base nos teus princípios?
Durante anos, disseram-nos que precisávamos de um propósito.
“Começa pelo teu porquê.”
“Segue a tua missão.”
“Descobre a razão pela qual acordas todos os dias.”
E por isso andamos em círculos, com a sensação constante de que nos falta algo. Que estamos atrasadas. Que não estamos “alinhadas”.
Mas e se o problema não for não termos um propósito... e sim o peso que lhe estamos a dar?
A verdade é que o propósito pode ser uma armadilha.
Demasiado vago para ser útil.
Demasiado romântico para ser aplicado.
E muitas vezes... nem sequer é nosso.
Muitos empreendedores e empreendedoras passam por momentos em que duvidam do seu caminho. Onde sentem que deviam ter uma “missão maior”. Mas e se estivermos a fazer a pergunta errada?
Porque as nossas acções não precisam de um grande porquê.
Precisam de direcção. E de coerência.
E é aí que entram os princípios.
Enquanto o propósito pode ser frágil e facilmente influenciado, os princípios são firmes. São nossos. São accionáveis. Não te dizem para onde ir — dizem-te como queres viver e construir.
Princípios > Propósito.
Esta é uma das maiores mudanças que fiz no meu próprio percurso:
Parar de procurar “o que devia ser” — e começar a definir o que quero defender.
Clarificar como quero viver, liderar e criar impacto.
No fundo, perceber que não preciso de um propósito épico. Preciso de viver com verdade e integridade.
Exercício prático: Descobre os teus princípios
1. Faz uma lista dos teus valores.
Começa por seleccionar os que ressoam contigo a partir desta tabela:
Valores Pessoais - Representam a tua forma de estar na vida:
aventura
altruísmo
análise
arte
assertividade
autonomia
coragem
determinação
educação
energia
ideias
imaginação
inovação
inspiração
aprendizagem
lógica
observação
persuasão
fiabilidade
espontaneidade
estratégia
ponderação
Valores Profissionais (de Trabalho) - Representam o que valorizas no contexto profissional e nos negócios:
realização
independência
colaboração
relações
serviço aos outros
reconhecimento
progressão
autoridade
poder
dinheiro
prestígio
status
desafio
mestria
expressão pessoal
criatividade
actividade
segurança
viagens
variedade
2. Escolhe os 10 mais importantes.
Ordena-os por importância. Pergunta-te: “O que é que realmente me move neste momento?”
Sê honesta. Esta lista é só tua.
3. Transforma cada valor num princípio.
Usa esta estrutura:
“Porque valorizo [valor], comprometo-me a [acção].”
Exemplo: “Porque valorizo autonomia, comprometo-me a tomar decisões alinhadas comigo — mesmo quando é difícil.”
4. Aplica ao teu negócio.
Pega nos teus princípios e pergunta-te:
Estou a construir algo coerente com isto?
Onde é que estou a comprometer o que é essencial para mim?
O meu marketing, equipa, decisões e produto reflectem estes princípios?
Não precisas de um “porquê” maior do que a tua verdade.
Não precisas de te encontrar, se já sabes o que valorizas.
Talvez a resposta não seja procurar mais.
Seja decidir com o que queres alinhar.
Até já,
Helena